20 março 2008

Desconstruções

Olá, pessoal!

Recebi este texto por e-mail, não sei quem o criou, mas é maravilhoso e o que ele conta tem a ver com muitos relacionamentos existentes. Já aconteceu algo parecido comigo. Costumo dizer que quem me conhece tem de me aceitar do jeito que sou. Digo isso porque sou uma pessoa carinhosa, brincalhona e extrovertida, o que é mal interpretado por alguns. Procuro não criar nenhum personagem. Sou autêntica, por isso me comporto desta forma. Desde o começo do meu relacionamento com o meu marido, eu disse a ele como sou e, claro, ele também foi percebendo com o tempo.

Certa vez, um ex-namorado reclamou por eu ser assim, carinhosa com amigos, a ponto de abraçá-los. Inclusive, um amigo dele teria distorcido os fatos, vendo maldade em minha atitude e fazendo fofoca na minha ausência. Nunca fui atrás disso pra saber se era verdade, mas se o tal amigo realmente fez isso, eu lamento por ele.


É assim que me comporto com amigos e amigas, esse é o meu jeito, pois sou carinhosa. E pra ser sincera, não me importo com pessoas que não vejam isso como "carinho". Acho que se meu comportamento não está me prejudicando nem prejudicando ninguém vou continuar sendo eu mesma sempre.
Desconstruções
Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem. A imagem tem a ver com as nossas expectativas e mais ainda com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se a pessoa for parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se dela mais tarde, não será tão penoso.

Restará apenas a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você acreditou, virá um processo mais lento: a de desconstrução daquilo que você achou que era real.

Desconstruindo Ana, desconstruindo Marcos, desconstruindo Carla. Milhares de pessoas vivem seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão "desconstruindo ilusões". Tudo porque se apaixonaram, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos.

Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, essa é a hora de fazer charme. Uma vez o romance engatado, as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é - nossas gracinhas, manias e imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, sem entender absolutamente nada.

Quem se apaixonou por uma mentira, tem que desconstruí-la para "desapaixonar". É um sufuco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo é mais forte do que sua astúcia.

Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento bacana não chegou a existir, que tudo não passou de uma representação. Talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

Sorte quando a gente sabe com quem está lidando, mesmo que venha a desamá-lo um dia. Tudo o que foi construído se manterá de pé. Afinal, quando conhecemos uma pessoa, construímos uma imagem. Todos resistimos muito a aceitar que alguém que gostamos não é, e nem nunca foi, especial.